O mercado do couro verde segue operando em ambiente instável e especulativo, com oferta e demanda equilibradas por baixo. Os abates se encontram reduzidos em todo o território nacional, com as escalas estabilizadas em dez dias úteis. No entanto, o volume da matéria-prima é suficiente para suprir das necessidades do mercado. Com isso, a pressão baixista exercida pelos curtumes, na semana passada, resultou em quedas dos preços na maioria das praças acompanhadas.
O fator principal da perda de valor da matéria-prima foi a forte retração do couro brasileiro no mercado internacional, mesmo com a valorização da moeda norte-americana frente ao real (em torno de 1,50% nos últimos sete dias). Sem reação no comércio com a Europa, a situação se agravou, pois, a China, principal destino do couro brasileiro, também paralisou as compras e levou à acumulação de estoques de mercadorias semi-industrializadas (wet blue) nos pátios dos curtumes.
Em São Paulo, referência do couro verde, o preço baixou para R$2,50 o quilo e igualou com a maioria das regiões, como Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Em Minas Gerais, as indicações assumiram a média de R$ 2,00.
Em Rondônia, o valor caiu para R$2,20 o quilo.*
*As precificações aqui demonstradas têm modalidade única como critério: À vista, FOB e sem considerar o ICMS, que varia de acordo com a UF.
As exportações de couro da primeira quinzena de maio de 2022 alcançaram 10,04 mil toneladas, com recuo de -38,22% se comparado ao mesmo período do mês passado. Ante maio de 2021, os embarques nos dez primeiros dias úteis do mês retrocederam em -37,31%.
O preço médio mensal da tonelada atingiu US$4,85 mil, +21,92% superior com a média de abril de 2022. As receitas com as vendas externas, nos onze primeiros dias úteis deste mês, montaram US$48,74 milhões, equivalente a 41,10% do montante exportado em todo o mês de maio de 2021, quando a tonelada tinha preço médio -35,70% menor.
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