Há alguns meses, o mercado do couro verde opera em ambiente instável e especulativo. Apesar da forte pressão baixista da semana passada, os preços registraram ligeira queda em São Paulo, mas mantiveram relativo equilíbrio nas demais praças acompanhadas.
A retração das exportações sustenta o viés de baixa no mercado interno e, mesmo com a frágil desvalorização do real frente à moeda norte-americana, desaceleram o ritmo das exportações. Com isso, os estoques de mercadorias semi-industrializadas seguem crescendo nos pátios dos curtumes.
Apesar da redução dos abates (escalas atendendo oito dias úteis), a oferta da matéria-prima é suficiente para atender a atual demanda de couro verde.
Em São Paulo, referência do couro verde, os preços caíram para R$2,70 o quilo.
No Pará e Tocantins, as indicações mantiveram R$2,50.
Em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as cotações se estabilizaram em R$2,70.
Em Minas Gerais, a média se manteve em R$ 2,10.
Em Rondônia, o valor se estabilizou em R$2,30 o quilo.*
Durante a última semana, foram exportadas 5,47 mil toneladas de couro, uma queda de -9,11% no comparativo semanal. Os embarques da matéria-prima em abril de 2022 totalizaram 27,74 mil toneladas, um recuo de -11,74% em comparação a março de 2022 e de -22,87% ante abril de 2021.
O preço médio da tonelada ficou em US$3,98 mil, valorização de +4,54% no comparativo mensal. Com isso, as receitas com as vendas externas de couro totalizaram US$110,46 milhões, montante -8,90% abaixo do registrado em abril de 2021, quando a tonelada era comercializada próxima de US$3,37 mil.
Sem aparentes mudanças no curto prazo, a tendência é de volatilidade e pressão baixista sobre os preços do couro no médio prazo, tendo em vista a lentidão de escoamento nos mercados interno e internacional.
*As precificações aqui demonstradas têm modalidade única como critério:
À vista, FOB e sem considerar o ICMS, que varia de acordo com a UF.
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