Na praça paulista, as vendas de quinta-feira passada ocorreram em modo lento, entregas alongadas para até 28 de maio e sobraram mercadorias sem comercialização.
Apesar da inadimplência do comércio varejista em algumas regiões, o atacado de carne bovina encerrou a semana com vendas fracas/razoáveis, dentro do esperado para uma segunda quinzena. Isso ocorreu, até mesmo, com as proteínas concorrentes (aves e suínos), mais baratas.
Em contrapartida, as quedas nos valores da arroba nos últimos dias criaram espaços para ajustes negativos nos preços da carne bovina para consumo. Para industrialização, as charqueadas afrouxaram as restrições sobre o dianteiro de boi, mas preferiram as pontas de agulha, mesmo com preços idênticos ao do dianteiro.
Nos dois últimos dias, as mercadorias que chegaram aos distribuidores foram descarregadas sem protelações, embora assinaladas devoluções parciais por comprovadas questões de qualidade.
Hoje, não existe oferta de mercadorias, mas ainda há demanda para dianteiros de boi para consumo, para entregas imediatas.
As negociações com o atacado da próxima quinta-feira, dia 26, apontam para um quadro incomum. Maio termina terça-feira e junho inicia no meio de uma semana mista. Termina o período de baixo consumo (final de segunda quinzena) e se aproxima a data de pagamentos de salários. Diante disso, a tendência indica preços estáveis, porém, firmes.
No interior do estado, as vendas do final de semana foram fracas. Bom escoamento apenas para carnes de segunda, a preços baixos, como costela, acém, paleta e peito (carnes de panelas e ensopados). Os cortes de preços mais elevados, coxão mole, coxão duro, patinho e lagarto, têm baixa rotatividade. Carnes nobres como contra filé, filé mignon e alcatra, perderam liquidez em razão do clima frio que leva ao desuso de carnes grelhadas e fritas.
Tendo em vista as vendas de carne das demais regiões consumidoras, as do RS também foram consideradas fracas no final de semana. Os cortes populares (dianteiros) foram os mais vendidos em razão da estação fria. Já as carnes nobres (traseiro), ainda que por preços menores que os tabelados, têm demanda restrita e escoamento sofrível. No pico da segunda quinzena, não há perspectiva de melhora de cenário por conta da descapitalização do consumidor doméstico.
Contudo, o preço do animai pronto segue com preços estáveis, porém, em patamares elevados. Se não houver uma acomodação no valor da arroba, certamente, a importação de carne de outras regiões produtores poderá crescer nas próximas semanas.
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